quinta-feira, 4 de setembro de 2014

FIFA Carreira Saga - Capítulo 2 - Zidane muda tudo no Arsenal

Naquela chuvosa manhã londrina, Zinedine Zidane sentou com a diretoria do Arsenal e expôs as suas ideias. Mudanças no elenco eram necessárias. Seja pela idade ou pelo rendimento abaixo do esperado, ou até mesmo por não concordar com algumas escolhas feitas por Wenger nos últimos meses, o francês deixou claro quem pretendia contratar e quem gostaria de mandar embora. As ideias iam ao encontro dos objetivos da alta cúpula do Arsenal, insatisfeita com alguns atletas de altos salários e rendimentos não condizentes no gramado. Alguns nomes, a princípio, chocaram os cartolas, mas se uma coisa havia ficado clara no contrato assinado entre o craque francês e o clube de Londres era a autonomia total e irrestrita para gerir o time. “Me chamaram por que acreditam na minha visão das coisas, certo? Então não há motivo para receio”, declarou um confiante Zizou ao deixar a reunião.

O novo manager tinha convicções claras. Praticaria um futebol ofensivo, técnico, bonito, que buscaria sempre o gol mas também não deixaria de encher os olhos dos torcedores. Sabia que encontraria dificuldades em sua primeira temporada, tanto para implantar o seu modo de jogo como também, e principalmente, junto à torcida, que apesar de o acolher de braços abertos estava com a expectativa mais alta do que nunca após os últimos anos frustrantes com Wenger.

Zidane não perdeu tempo e colocou a mão na massa imediatamente. Analisou o elenco do Arsenal setor por setor, e foi fazendo as suas escolhas. O time contava com três goleiros: os poloneses Wojciech Szczesny e Lukas Fabianski e o italiano Emiliano Viviano. Apenas o primeiro estava nos planos. Colocando em prática o bom olho para identificar jovens talentos adquirido nos tempos do Real Madrid Castilla, trocou Fabianski pelo jovem inglês Karl Darlow, do Nottingham Forest. Viviano foi vendido para o Swansea, e o posto de terceiro goleiro foi preenchido por outra jovem promessa inglesa: Alex Smithies, do Huddersfield Town. Dois atletas da Championship, a segunda divisão do país, mais baratos e com imenso potencial. Apostas de risco, mas o francês sabia o que estava fazendo.

As laterais não causavam muitas dores de cabeça. O lado esquerdo estava resolvido com a dupla Nacho Monreal e Kieran Richardson. Na direita, com a saída de Sagna para o Manchester City, o Arsenal foi atrás do jovem Calum Chambers, do Southampton, e deu mais espaço para Carl Jenkinson. 

A zaga já contava com um ótimo trio. Per Mertesacker, Thomas Vermaelen e Laurent Koscielny formavam a base sólida que foi completada com a contratação de Tom Lees junto ao Leeds e o empréstimo de Jamaal Lascelles, do Nottingham Forest. 

Para o meio-campo, grandes mudanças. Saíram Rosicki (envolvido em uma troca com o Crystal Palace pelo jovem Thomas Ince), Flamini foi para o Borrusia Dortmund, Diaby para o Celtic e Källstrom para o Hull City. Em uma decisão que surpreendeu os torcedores, Zizou emprestou Alex Oxdale-Chamberlain para o rival Everton. Completando o setor, trouxe o jovem Nathaniel Chalobah, ex-Chelsea e que estava no Middlesbrough.

No ataque, outro vendaval. A estrela Olivier Giroud, insatisfeito com a saída de Wenger, aceitou uma oferta generosa do Saint-Étienne e voltou para a França. O discutível Bendtner foi envolvido na negociação que trouxe Ross McCormack, artilheiro do Leeds United, e o sempre contestado Yaya Sanogo foi emprestado para o Charlton. Chegaram Andreas Weimann (Aston Villa), Connor Wickham (Sunderland) e a promessa Luke James, que Zidane foi buscar do Hartlepool United, da League Two.

O esquema utilizado por Arsène Wenger também sofreu mudanças. O 4-2-3-1 com apenas um atacante de referência deu lugar a um 4-4-2 em forma de losango, com dois atacantes na frente e um armador distribuindo as bolas (Özil, é claro). Cazorla e Wilshere faziam o serviço como meias abertos, enquanto o talentoso Ramsey (promovido a capitão) ficou encarregado de organizar e distribuir o jogo no meio-campo.

Dessa maneira, o time base do Arsenal para o ano de estreia de Zidane na Premier League ficou assim:

1 Szczesny
25 Jenskinson
3 Mertesacker
6 Koscielny
28 Gibbs
16 Ramsey
10 Wilshere
19 Cazorla
11 Özil
22 Wickham
20 Weimann

Ross McCormack e Luke James se alternavam frequentemente no time titular, em um rodízio permanente entre os atacantes. Pelos lados, Podolski e Walcott eram opções fortes no banco, enquanto Arteta ficaria à sombra de Ramsey.

A concorrência seria enorme, agressiva e faminta. No United o trio Rooney, Van Persie e Mata era o protagonista, ao lado do recém-chegado Javi Martinez. No Liverpool, a força de Suarez, a eficiência de Sturridge e a liderança de Gerrard guiavam um conjunto forte e altamente competitivo. No City, um elenco estelar e de colocar medo em qualquer um. E no Chelsea, um time ainda mais forte com a chegada de Robert Lewandowski para o comando do ataque. Além disso, coadjuvantes de peso como o Tottenham e seu elenco promissor, um altamente técnico Southampton liderado pelo trio Lovren-Lallana-Lambert, um sólido Everton e outras surpresas pelo caminho.

“Acredito que devemos servir de exemplo para os jovens jogadores. E pretendo fazer isso no Arsenal”. Com essa frase, Zidane encerrou a entrevista coletiva antes da partida de estreia contra o West Bromwich Albion.


O desafio seria grande. Mas que graça teria se não fosse assim?

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