Com olhar de espanto avistou o futuro. Não era como ele imaginava, não parecia com o que ele sonhava. E isso, é claro, o deixou como deveria deixar: feliz. Porque, por mais que ele tentasse idealizar a sua vida, sabia, lá no fundo do coração, lá no fundo da alma, que isso não era possível.
“Que bom”, pensou. Havia gostado do futuro que o esperava, e não via a hora de passar pelos caminhos que o levariam até lá. Quais seriam as surpresas? Quem ele conheceria? Como seria suas paixões? Por quem iria chorar? Por quem abriria um enorme sorriso? Quantas alegrias, quantos frios na barriga, quantos corações batendo mais forte. Quanta vida havia para acontecer, sobretudo.
E então tratou de esquecer o que havia visto. Foi viver a vida. Foi sentir o cheiro e provar o gosto. De tudo e de todos.
Ouviu, falou, escreveu. E aprendeu. Muito.
Tanto que, quando chegou lá na frente, não só se surpreendeu com aquilo que já conhecia como, finalmente, estava pronto para tudo que o esperava.
Foi nesse momento que sorriu como nunca.
Sem olhar para trás. Nem para frente.
Apenas foi. Feliz.
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