segunda-feira, 4 de agosto de 2014

A música faz do mundo um lugar melhor

A música torna a vida mais lúdica. Deixa tudo mais mágico. Viver com uma trilha sonora é mais divertido. As canções nos confortam, nos lembram momentos, acompanham nossos dias.

Sempre gostei de música. Não sei porque, não faço ideia do motivo, não sei dizer quando começou. Só sei que não consigo conceber a minha vida sem música. Não tive alguém que me inspirasse a seguir esse caminho quando estava entrando na adolescência, não me espelhei em ninguém. Meus pais nunca se obtiveram a essa paixão, mas ela não é uma característica marcante em nossa família.

Sou pai de um menino de 6 anos, o Matias. Desde 2008, ele faz parte dos meus dias. Assim como a música. E, pouco a pouco, foi descobrindo os sons, a magia e a força das canções. Lembro que, quando ele era apenas um bebê, o pegava no colo e o embalava cantarolando a melodia de “In My Life”, dos Beatles. Lembro de um dia em que ele chorava sem parar e eu e sua mãe, sem saber o que fazer, o colocamos na sala e ligamos um som, que o acalmou na hora. Detalhe: não era nada soft, era Cachorro Grande em alto e bom som mesmo.

Acostumei o Matias a dormir no carro, em sua cadeirinha. Sou pai sozinho, não vivo com a mãe do meu pequeno, então desenvolvi meus próprios métodos de carinho, de atenção e aconchego. Teve uma fase em que ele pegava no sono ouvindo continuamente “Gimme All Your Lovin’”, aquela do ZZ Top com a introdução de bateria. Depois, passou um tempo entrando em transe junto comigo com o Time Out, disco lançado pelo Dave Brubeck Quartet em 1959.

E, desde que nasceu, foi descobrindo o rock. E, é claro, criando caracterizações para defini-lo. Na sua cabeça, o rock se divide em dois grandes grupos: rock feliz e rock brabo. O feliz é formado por nomes como Beatles, Stones, Pink Floyd e outros. O brabo, por Black Sabbath, Iron Maiden, Metallica e por aí. Simples, objetivo e autoexplicativo, como tem que ser.

Seus comentários são sempre uma delícia. Certa vez coloquei uma versão ao vivo de “Stairway to Heaven” para ouvir enquanto ele brincava com outra coisa. Do nada, o Matias me olhou e soltou essa: “Bom esse guitarrista, hein? A música dele evolui”. Eu, é claro, abri um largo sorriso cheio de orgulho.

Tudo isso pra dizer que não consigo imaginar a vida sem música. A minha, a do meu filho, a de todo mundo. Tudo fica mais completo, as coisas fazem mais sentido. Gosto de rock. E de jazz. E de blues. E de pop. Tudo que meus ouvidos acham bom. E aprendo sempre com as canções.

Um dia vou lançar um box com a trilha da minha vida. Terá vários discos e muitas histórias. Até lá, vou encontrando novas canções em cada esquina, a cada momento.

5 comentários:

  1. Excelente texto. Eu pude me ver e ver meu filho nas entrelinhas.

    ResponderExcluir
  2. É exatamente o que eu sinto em relação à música. E espero que meu filho, quando eu o tiver, se interesse tanto quanto eu por todas as maravilhas do Rock, do Pop, do Jazz, enfim...

    ResponderExcluir
  3. Lembro-me que, nos idos dos 2000, meu sonho de consumo era um mísero mp3 player que pudesse por fim ao hábito de selecionar CDs para ir à faculdade/ trabalho. Isso porque era complicado delinear a trilha sonoroa daquele dia que viria, quando tanta coisa boa ou ruim poderia acontecer.
    Hoje, sempre munido de alguma coisa com X Giga de música (e em breve desbravando o mundo de criaturas como Spotify e afins), posso me recordar de inpumeros momentos em que "aquela" música combinou perfeitamente com o café no final da tarde, com a manhã silenciosa de uma terça-feira qualquer, com os desencantos e encantos da existência.
    Eu não sei, Selig, se a música faz do mundo um lugar melhor, pois tendo a ter uma perspectiva menos efusiva diante do que tenho aos olhos, mas a música certamente nos torna mais completos e em sintonia com nós mesmos.

    ResponderExcluir
  4. Legal demais o texto. Eu e a música, temos uma relação parecida.
    Meu filho tem dois meses, e adora dormir ao som de Hey Jude. Quando coloco o PULSE do Pink Floyd no dvd, ele segue as cores com o olhar e interage com o som. Por mais soturno que seja, ele arregala os olhos e pira quando ouve Lacrimosa do Mozart. Lindo de se ver.

    ResponderExcluir
  5. Lindo texto! Tudo a ver, a vida pra mim também não acontece sem música!

    ResponderExcluir

About Us

Recent

Random