Stoke City Football Club Também conhecidos como The Potters
Fundação: 1863 Cidade: Stoke Estádio: Britannia Stadium Capacidade: 27.740 Posição em 2013/2014: 9º lugar
Técnico: Mark Hughes Capitão: Ryan Shawcross
Goleiros: 1 Asmir Begovic 22 Jack Butland 29 Thomas Sorensen
Defensores: 2 Phil Bardsley 3 Erik Pieters 4 Robert Huth 5 Marc Muniesa 12 Marc Wilson 17 Ryan Shawcross 20 Geoff Cameron 23 Dionatan Teixeira 28 Andy Wilkinson
Meio-campistas: 6 Glenn Whelan 7 Stephen Ireland 8 Wilson Palacios 15 Steven N’Zonzi 16 Charlie Adam 21 Steve Sidwell 24 Oussama Assaidi
Atacantes: 9 Peter Odemwingie 10 Marko Arnautovic 13 Victor Moses 18 Mame Biram Diouf 19 Jonathan Walters 25 Peter Crouch 27 Bojan Krkic
26 jogadores, sendo 5 ingleses
Principais Títulos: Segunda Divisão: 3 Copa da Liga: 1 FA Cup: 1
A pequena Richmond, no interior do Alabama, é uma daquelas típicas cidadezinhas norte-americanas onde o calor bate no asfalto e distorce a paisagem enquanto poucos habitantes assistem o passar dos dias sem maiores preocupações. Este aspecto bucólico está conservado até hoje, e faz parte do cotidiano dos cerca de 40 mil habitantes do município.
Imaginem então como era a vida por aquelas bandas na década de 1940. Foi ali, no primeiro dia de 1944, que o pequeno James Ramey veio ao mundo. O garoto passou toda a infância e parte da adolescência em Richmond, mas sabia que o lugar era pequeno demais para os seus sonhos. Aos 19, mudou-se de mala e cuia para Chicago, onde virou um frequentador assíduo dos botecos e clubes da cidade.
James sofria de um distúrbio glandular que causou um problema crônico de saúde, além de elevar o seu peso para aproximadamente 160 kg - a semelhança física, e também comportamental, com um certo Sebastião Rodrigues Maia é de assustar qualquer um. Este físico avantajado fez surgir o apelido de Baby Huey, o mesmo de um popular personagem de histórias em quadrinhos da época.
Em 1963 Huey montou, ao lado dos amigos Melvin Jones (órgão e trompete) e Johnny Ross (guitarra), a banda Baby Huey & The Babysitters. O conjunto rapidamente chamou a atenção, tanto pela presença de palco de Huey quanto pela boa repercussão dos singles “Messin' with the Kid / Just Being Carefull” (1964) e “Monkey Man / Beg Me” (1965), que rolaram direto nas rádios e clubes blacks, fazendo a cabeça da moçada.
Na segunda metade da década de 1960, influenciados por todo o clima hippie que tomava conta da América, a banda passou a incorporar influências psicodélicas na cola de Sly & The Family Stone, que ditavam os caminhos que a música negra tomaria nos ricos anos seguintes. Baby Huey passou a ostentar uma enorme cabeleira black power e a vestir robes com motivos africanos, aparência que lhe atribuiu um ar de guru da cena local.
Simultaneamente, os Babysitters tocavam sem parar, atraindo um público cada vez maior para o seu contagiante show, centrado, como não poderia deixar de ser, na figura hipnótica e carismática de seu vocalista. Apesar do sucesso ao vivo, a banda não registrou nenhuma gravação no período.
Percebendo o potencial do grupo, o manager Marv Heiman agendou uma audição com Danny Hathaway, arranjador e produtor da Curtom Records. Hathaway ficou impressionado com a musicalidade e performance de Huey e companhia e recomendou o combo para Curtis Mayfield, diretor artístico do selo, que imediatamente demonstrou fascinação pela figura de Baby. A dupla, percebendo que a força da banda estava no vocalista, ofereceu um contrato para Huey gravar um álbum solo, colocando os Babysitters em segundo plano.
O trio formado por Baby, Melvin e Johnny, acompanhados por músicos residentes da Curtom, entraram em estúdio e registraram as composições que Huey tinha na manga. Mas, amargurados pelo fato de terem sido relegados a um papel secundário, Jones e Ross saltaram fora, deixando todo o direcionamento musical com Huey e Mayfield.
No mesmo ritmo em que a carreira musical entrava nos trilhos, Baby afundava em heroína, e o vício fez o seu peso beirar os 200 kg, além de causar atrasos e faltas em alguns shows. Percebendo a dependência do cantor, Curtis e os músicos que o acompanhavam conseguiram convencer Huey a se internar em uma clínica de reabilitação no outono de 1970.
O vício em heroína havia complicando o estado de saúde de Baby, que, após um breve período limpo, acabou falecendo precocemente em 28 de outubro de 1970, com apenas 26 anos. Seu corpo foi encontrado por volta do meio-dia por seu manager no hotel onde o cantor estava hospedado. No dia 1 de novembro de 1970, James Ramey foi sepultado em sua terra natal, e lá descansa até hoje.
O disco em que estava trabalhando com Curtis Mayfield foi lançado apenas em 1971. Com a produção assinada por Curtis, The Baby Huey Story: The Living Legend é uma pedrada sônica sacolejante e o testamento singular e definitivo do enorme talento de seu criador. Misturando funk com psicodelia e rock, o álbum é uma das jóias perdidas (e infelizmente pouco conhecidas) dos anos 1970.
A arrasa-quarteirão “Listen to Me” abre os trabalhos com quase sete minutos de embalo contagiante, com um esperto naipe de metais fazendo o contraponto para as criativas linhas vocais. Na sequência, a instrumental “Mama Get Yourself Together”, um funk de rachar o assoalho.
As coisas ficam mais calmas com “A Change is Going to Come”, cover da canção de Sam Cooke, baladaça soul com ótima interpretação de Huey, dono de um timbre vocal personalíssimo. As coisas voltam a ficar agitadas com “Mighty Mighty” e pegam fogo de vez com a sensacional “Hard Times”, um proto rap com andamento copiado e sampleado por praticamente todo o universo hip-hop. Essa faixa é a prova irrefutável de quão à frente de seu tempo estava a cabeça de Baby Huey, pois ela continua soando pra lá de atual. Impossível ficar parado!
A clássica “California Dreamin’" vem a seguir em uma inusitada releitura instrumental, com direito até à flauta doce. De cair o queixo! O nível segue lá em cima com a psicodélica “Running”, com andamento marcial fundido a um funk repleto de energia. O LP fecha com “One Dragon Two Dragon”, instrumental repleta de percussão e melodias arrepiantes.
Produtores e artistas de rap redescobriram o disco na década de 1980, fazendo com que “Hard Times”, “Listen to Me” e “Mighty Mighty” fossem popularizadas em infinitos samples. Trechos de “Hard Times”, por exemplo, podem ser ouvidos em “Can I Kick It?” (A Tribe Called Quest) e “Buck 50” (Gosthface Killah).
The Baby Huey Story: The Living Legend é um dos melhores, mais importantes e influentes álbuns de black music já gravados. Afirmo sem medo de errar.
Miles Davis adorava Jimi Hendrix. Dividiu uma namorada com ele num triângulo amoroso cheio de ciumeiras e barracos típicos deste tipo de situação. O nome da diva era Betty Marble e pode ser vista na capa de Filles on Kilimanjaro, lançado em 1969 pelo trompetista. Inventor de mais da metade da sonoridade do século e grande vetor de novidades, Miles também tomou o famoso pancadão quando ouviu a música de Jimi pela primeira, vez apresentado por Betty (que agora havia acoplado o Davis ao sobrenome e atendia por Betty Davis).
Jimi também adorava a música dele, principalmente Kind of Blue (1959), que era um de seus discos preferidos. Trocaram umas figurinhas em alguns ensaios e reza a lenda que estavam se preparando para gravar juntos um pouco antes de Jimi morrer.
A opinião de Miles Davis sobre a música de Hendrix era um tanto quanto original: "Jimi era ligado à música country, tocada pelos montanheses brancos. Por isso tinha aqueles caras ingleses no conjunto, porque muitos brancos gostavam de música caipira americana. O melhor som dele para mim foi quando teve Buddy Miles na bateria e Billy Cox no baixo. Jimi tocava aquela coisa indiana, ou aquelas musiquinhas engraçadas, que duplicava na guitarra. Eu adorava quando ele fazia as coisas daquele jeito. Costumava tocar um 6/8 o tempo todo quando estavam os tais brancos ingleses, e era isso que, pra mim, o fazia parecer caipira. Só esse conceito, que aplicava nessa coisa. Quando começou a tocar com Buddy e Billy na Band of Gypsys creio que botou tudo que estava fazendo pra fora. Mas as empresas de discos e os brancos o preferiam com os caras brancos no conjunto. Mas Jimi vinha do blues, como eu. Nos entendemos imediatamente por causa disso. Ele era um grande guitarrista de blues, ele e Sly Stone eram grandes músicos naturais: tocavam de ouvido".
E sobre o mítico disco conjunto: "Ele e eu devíamos nos encontrar em Londres depois do Concerto na Ilha de Wight para discutir um disco que finalmente decidimos fazer juntos. Quase fizemos um certa vez, com o produtor Alan Douglas, mas ou não pagavam bastante ou estávamos ocupados demais para fazê-lo juntos. Tínhamos tocado muito juntos na minha casa, apenas fazendo jams, e achávamos que talvez tivesse chegado a hora de fazermos alguma coisa juntos num álbum. Mas as estradas estavam tão engarrafadas na volta a Londres, após este concerto, que não consegui chegar a tempo, e quando cheguei a Londres Jimi não estava mais lá. Eu ia para a França, acho, fazer mais algumas apresentações e depois voltaria à Nova York. Gil Evans me ligou e disse que ia se encontrar com Jimi e queria que eu participasse do encontro. Respondi que iria. Esperávamos a chegada de Jimi quando soubemos que ele tinha morrido em Londres".
Só de imaginar o que daria este encontro chego a ter arrepios. As gravações de Miles Davis com Gil Evans são para mim o auge da perfeição; com Jimi Hendrix seria uma covardia total. O que iriam tocar? Vai ver pelo fato de nunca ter acontecido fica este espectro de absoluto.
Gil Evans tempos depois gravou um disco muito doido com orquestra recriando alguns clássicos como "Voodoo Chile" (com um inacreditável solo de tuba) e "Little Wing", que ficou belíssima num clima meio free, mas bastante interessante. Tenho em CD.
Outra releitura muito interessante são as versões do Lonnie Smith Trio, onde o rei do Hammond manda ver em versões alucinantes acompanhado do soberbo John Abercrombie na guitarra, que não imita um só solo, mas mantém o clima hendrixiano sem deixar a peteca cair. São releituras onde o espírito da coisa permanece sem imitação, afinal recriação não é cover.
Embora estudiosos costumem apontar elementos do jazz-rock desde meados da década de 1960, principalmente nos trabalhos de Larry Coryell, o primeiro álbum considerado do gênero foi Bitches Brew de Miles Davis, editado em 1970. Na época Miles andava ensaiando uma aproximação com o rock, tendo sido o único jazzista a participar do Festival da Ilha de Wight, além de haver tentado marcar a sessão de gravação com Jimi Hendrix citada acima.
Embora muitas pessoas pensem que a última apresentação de Hendrix com sua banda própria tenha sido na Ilha de Wight, depois dessa houveram mais seis apresentações, culminando com a derradeira ocorrida nesta data em 1970. Ainda que tenha sido registrado profissionalmente em vídeo, este filme nunca apareceu, pois foi roubado em 1971. Apenas um pequeno trecho com menos de três minutos circula atualmente, e foi usado pela estação de TV que o filmou no anúncio de sua morte.
Gravações de áudio existem três, apenas duas completas, uma feita por um fã que amarrou um microfone junto às caixas de som (devido ao barulho do vento batendo no mesmo esta gravação é conhecida como windy tape) e a outra registrada por um roadie, a pedido de Billy Cox, ao lado do palco (esta denominada stage tape). Hendrix ainda faria mais uma aparição pública, numa jam junto a Eric Burdon e o War no Ronnie Scott's Club em Londres, um dia antes de sua morte.
Muitas pessoas pensam que Jimi Hendrix morreu por overdose de drogas, mas na realidade o que aconteceu é que horas antes Hendrix tomara alguns remédios para dormir e, ao passar mal e ser levado para o hospital, os enfermeiros o deitaram na maca de barriga para cima, só que Jimi acabou vomitando e morrendo sufocado pelo próprio vômito.
Miles Davis e Jimi Hendrix tinham um encontro marcado para o final do mês de setembro de 1970 no Carnegie Hall, onde ensaiariam para um eventual álbum ao vivo a ser editado futuramente. Com a morte de Jimi obviamente o projeto não saiu do papel. Miles esteve presente nos funerais de Hendrix, onde tentou em vão tocar seu trumpete, mas foi impedido por Leon, irmão do guitarrista.
Era apenas o segundo jogo do campeonato alemão da temporada 1981/1982. Werder Bremen e Arminia Bielefeld se enfrentavam. Ewald Lienen, atacante do Arminia, foi mais rápido e chegou na bola antes que Norbert Siegmann, zagueiro do Bremen. Mas o defensor já havia feito o movimento para tirar a bola, e não havia como voltar atrás.
A imagem que veio na sequência deixou todos pasmos e incrédulos. Ewald, caído no chão, levantou e olhou para a sua coxa, que ostentava um corte profundo de 25 centímetros de comprimento e 5 de profundidade, causado pelo choque da chuteira de Norbert. Era possível enxergar o fêmur pela fenda. Em choque e gritando de dor, saiu caminhando desnorteado pelo gramado. Os médicos de ambas as equipes foram acudi-lo, e não conseguiam acreditar no que viam. Por incrível que pareça, apenas 17 dias depois Ewald Lienen entrava em campo novamente defendendo as cores do Arminia Bielefeld.
A carreira de Lienen seguiu, com passagens pelo Borussia Mönchengladbach e MSV Duisburg, onde se aposentou em 1992. Não saiu do futebol, começando seu trabalho como técnico ainda quando era jogador do MSV. Com passagens como manager do Colônia, Tenerife, Hannover, Olympiacos e o próprio Arminia, Ewald é atualmente o treinador do Otelul Galati, da Romênia.
Além de diversas histórias acumuladas em mais de quatro décadas de futebol, carrega uma enorme cicatriz estampada na coxa.
Você já deve ter ouvido algo a respeito dos principais serviços de streaming de música disponíveis. Rdio, Spotify e Deezer são citados com frequência em qualquer veículo sobre música. Os três dominam o mercado de aplicativos que permitem que o usuário ouça a música que quiser em qualquer lugar que estiver. O Spotify é o principal e mais popular em todo o mundo. Deezer e Rdio vêm logo atrás. Similares em diversos aspectos e diferentes em outros, os três dividem a preferência dos ouvintes.
Vou falar sobre a minha experiência com o streaming de música. Após testar o Deezer e o Rdio, por recomendação de amigos assinei o segundo em dezembro de 2013. O preço é o mesmo da Netflix: R$ 14,90 mensais, com acesso ilimitado a todo o catálogo disponibilizado pelo aplicativo - e acredite, ele é gigantesco, indo de sucessos atuais até um mergulho profundo no passado e em sons obscuros e pouco conhecidos. Desde então, não comprei mais CDs. Nenhum. Nada. E olha que eu tinha o hábito de adquirir entre 15 e 20 CDs todos os meses. Agora, não faço mais isso. O Rdio mudou a minha forma de consumir música. Ouço no iPhone, através do aplicativo para o celular, em qualquer lugar que estou. Em casa, ele está instalado no iPad. Sincronizo o bluetooth do tablet com o aparelho de som, e tenho na tela milhares e milhares de discos. E tudo com qualidade de som excelente, ótima, de primeira e todos os outros sinônimos que você imaginar. E mais: é possível baixar tanto para o celular quanto para o tablet o que você escolher, ouvindo assim as músicas no modo offline, sem usar a sua conexão 3G ou wi-fi.
Com o Spotify e com o Deezer é a mesma coisa. Eu não uso o Deezer, não curti. Mas, com a chegada do Spotify, assinei também para ver como ele funciona - o valor é similar ao Rdio, US$ 5,90 mensais. Minhas observações: o catálogo do Spotify é ainda mais completo, com diversos discos e artistas que não estão disponíveis no Rdio. O principal é a minha banda do coração: enquanto não é possível encontrar nada do Led Zeppelin no Rdio, no Spotify todos os discos estão disponíveis. E em ambos, Beatles e AC/DC são as ausências mais sentidas, sem nenhum álbum oficial disponibilizado - certamente, por uma negociação que não foi bem sucedida com as bandas.
Resultado: migrei para o Spotify e larguei o Rdio, mesmo com o segundo tendo ficado totalmente gratuito, pelo que parece.
Eu ouço, consumo e coleciono música e discos há 30 anos. São três décadas de som. Quem me conhece sabe que a música é importantíssima na minha vida. Porém, nunca fui saudosista. Tenho lá os meus discos de vinil que recomecei a comprar aos poucos, apenas alguns títulos que possuem um significado especial para mim. Em relação ao CDs, uma parede com mais de 1.500 títulos decora a sala de estar do meu apartamento. Apesar disso, não tenho mais encostado nestes discos nos últimos seis meses. Atualmente, todo o meu consumo de música é feito através do streaming. Pode parecer radical, mas o sistema casou completamente comigo. Na rua, o celular faz a trilha no fone de ouvido. Em casa, música e descobertas via wi-fi. Não há limites, não há fronteiras, tudo é possível.
Pode ser que para você as coisas não aconteçam assim. Alguns colecionadores de discos - a maioria, na verdade -, têm dificuldade em abrir mão do formato físico, principalmente do vinil. Para mim, isso não acontece. A tão alegada e propagada qualidade sonora superior dos LPs é perceptível aos meus ouvidos - seja escutando CDs, rádios ou através do streaming -, mas não possui um diferencial tão claro e decisivo que me impeça de curtir música em outros formatos.
Talvez, em certos aspectos, eu esteja ficando velho - ou já estou, como bem atesta a minha barba branca. Um suposto ultrapassado, no entanto, não estaria consumindo música quase que exclusivamente através de seu iPhone e de seu iPad. Mas um “velho” como eu não tem mais saco e nem paciência para investir uma grana considerável em música no formato físico, quando a alternativa do streaming não apenas é mais em conta, como no meu caso bastante similar. Eu sei que não tenho a capa na mão, não tenho o encarte para folhear, não existe a textura para tocar e nem o cheiro para sentir. Mas fiz um escolha: tudo isso eu deixo apenas para alguns itens - e bem poucos. O que eu quero é música nos meus dias, e não necessariamente uma montanha de itens enchendo espaço. Essa afirmação pode parecer estranha vinda de alguém que criou um site dedicado a colecionadores de discos, mas devo admitir que esse mundo cheio de regras e mandamentos me cansou e deixou de fazer sentido para mim já há algum tempo.
A música, no entanto, jamais deixará de fazer sentido, de tornar os dias melhores, de ser companhia nos mais diversos momentos. E é justamente essa parceria, essa cumplicidade, esse estar sempre ao lado, que o streaming torna ainda mais efetivo. Na rua caminhando, no supermercado fazendo compras, almoçando, dando um tempo no meio da tarde enquanto bebo um café, fazendo o que for, o streaming me possibilita estar SEMPRE ao lado dos meus discos e música favoritas. Com ele, tudo está ao alcance da mão. E isso, no modo como eu me relaciono com a música, foi um fator decisivo para que eu mergulhasse definitivamente nessa nova forma de consumir música.
Só pra fechar: entre Rdio, Spotify e Deezer, a escolha é subjetiva e puramente pessoal. Experimente os três, veja qual você mais gosta, as facilidades e qualidades de cada um, e faça a sua escolha.
Com o streaming a música tomou uma nova forma, que inclusive conseguiu colocar a pirataria em segundo plano - assim como não comprei mais discos, também parei de fazer downloads nos últimos meses. E, para mim, parece que esse caminho é definitivo e sem volta.
Ainda bem, diga-se de passagem.
Para entender quem foi Brian Clough, esta é uma boa analogia: o treinador inglês foi o José Mourinho de sua época. Ou seja: vencedor, genial taticamente e com uma língua afiadíssima.
The Damned United, filme de 2009 dirigido por Tom Hooper, conta a história de Clough tendo como ponto de referência aquele que é o período mais controverso de sua carreira: a curta passagem pelo Leeds United.
Contextualizando: Clough começou a carreira como jogador em 1955 pelo Middlesbrough, time pelo qual jogou 213 partidas e marcou 197 gols. Depois, foi para o Sunderland, onde ficou até 1964, com 54 gols em 61 jogos. Um goleador, um exterminador de goleiros, como os números mostram, mas que se aposentou precocemente, aos 29 anos, devido a uma grave lesão.
Mas, apaixonado pelo esporte, não ficou longe dos gramados: em 1965 assumiu como técnico do Hartlepool United, permanecendo no clube até 1967. E então mudou a sua vida e fez história no Derby County, sendo protagonista do período mais vencedor do time, entre 1967 e 1973.
A trajetória de Clough no Derby foi épica: pegou o time na lanterna da segunda divisão, e na temporada seguinte foi campeão. Na primeira divisão, conquistou a taça na temporada 1971/1972. Essa performance o levou para o Leeds, maior time britânico da época, e do qual Clough era um ferrenho crítico do estilo de jogo, duro e despencando para a violência em diversos momentos. Nada deu certo, e Clough foi demitido do Leeds após apenas 44 dias.
Mas a história ainda estava sendo escrita. Em 1975, assumiu como técnico do Nottingham Forest, e lá escreveu o seu nome de maneira definitiva entre os maiores gênios do futebol. Conquistou o acesso para a primeira divisão, foi campeão inglês em 1977/1978, venceu quatro vezes a Copa da Liga e, em um feito absolutamente incrível, levou o médio clube inglês ao bi-campeonato da UEFA Champions League nas temporadas de 1978/1979 e 1979/1980.
Clough ficou no Nottingham até 1993. Hoje, sua figura está em estátuas tanto em Derby quanto em Nottingham, e seu nome batiza a rodovia que liga as duas cidades.
Pra quem gosta de futebol, principalmente o inglês, The Damned United é uma excelente dica. Um ótimo filme, que saiu no Brasil com o título de Maldito Futebol Clube e está disponível na Netflix.