Mais denso e coeso que Born to Die (2012), Ultraviolence mantém os arranjos grandiosos e as orquestrações, além do clima melancólico e da produção muito bem feita.
Gostei de “West Coast”, “Pretty When You” e “Black Beauty”.
Intrigas. Tramoias. Jogos de interesse. E um texto afiadíssimo.
House of Cards é uma das séries mais legais que assisti nos últimos anos. O enredo conta a história de Frank Underwood, um congressista cheio de ambição e que faz tudo pra chegar onde quer.
Grande atuação de Kevin Spacey. Grande atuação de todo o elenco.
É da Netflix. Só dar play e assistir as duas temporadas em uma maratona.
Fiz isso há alguns meses. Você também deveria fazer.
Saem dia 27 de outubro as reedições duplas de Led Zeppelin IV e Houses of the Holy. As artes de capa, como nas já lançadas novas versões de I, II e III, também serão diferentes, como entrega a imagem acima.
O problema é que estas reedições estão com preços acima de aceitável aqui no Brasil. Quase 100 reais por um CD duplo é uma piada.
No entanto, no Spotify os três primeiros discos estão disponíveis com todos os seus extras.
Recolhendo a baba e torcendo o babador aqui ...
Abaixo, as faixas extras:
Led Zeppelin IV:
1. Black Dog – Basic track with guitar overdubs
2. Rock and Roll – Alternate mix
3. The Battle of Evermore – Mandolin/guitar mix from Headley Grange
4. Stairway to Heaven – Sunset sound mix
5. Misty Mountain Hop – Alternate mix
6. Four Sticks – Alternate mix
7. Going to California – Mandolin/guitar mix
8. When the Levee Breaks – Alternate UK Mmix
Houses of the Holy:
1. The Song Remains the Same – Guitar overdub reference mix
2. The Rain Song – Mix minus piano
3. Over the Hills and Far Away – Guitar mix backing track
4. The Crunge – Rough mix keys up
5. Dancing Days – Rough mix with vocal
6. No Quarter – Rough mix with John Paul Jones keyboard overdubs - No vocal
7. The Ocean – Working mix
Dan Auerbach, vocal e guitarra do Black Keys, ouviu e pirou. Gostou tanto que foi buscar o cara na África e gravou e produziu o seu terceiro disco.
Nomad, lançado em abril de 2013 pela Nonesuch Records, é uma delícia. Um blues rock exótico, vindo da Nigéria e cantado na língua nativa de Bombino. Boas melodias, boas canções, ótima vibe. E, acima de tudo, algo novo para os ouvidos.
Montei uma playlist só de covers, a maioria acústicos. Pra ouvir e curtir versões diferentes de músicas que fazem parte da vida, dos dias e das lembranças. A maioria são releituras acústicas, reduzindo às faixas as suas essências. Afinal, como ouvi uma vez não sei quem dizer: você sabe se uma canção é boa quando ela funciona sozinha no violão.
Desde 2004 escrevo sobre música. É tempo pra caramba. 10 anos e pouco. Mais de 1.000 discos resenhados. Dezenas de livros. Muitos DVDs. E um aprendizado enorme.
Mas chega uma hora em que tudo isso cansa. Chega uma hora em que o fim é necessário. Ou um novo começo.
É curioso como a mente do ser humano funciona. Já tinha a ideia de encerrar as atividades da Collectors Room há um tempo, e quando realmente fiz, um peso enorme saiu das costas. Não que fosse ruim estar à frente de tudo aquilo, muito pelo contrário. Muito de mim está nos mais de 7.000 posts da CR. O que eu gosto, o que eu penso, o que eu quero.
Aqui neste blog, tudo ficou mais leve. Textos mais descontraídos, mais soltos. É mais um blog pessoal do que um site especializado em música. Um blog pessoal de um cara que gosta de música: acho que essa é uma boa definição para o Mas que Nada.
Um lugar para redescobrir o prazer em escrever sobre música. Prazer esse que andou escasso nos últimos meses. Um lugar para escrever sobre qualquer coisa, a qualquer momento. Um lugar para mostrar que, além da música, há filmes, livros, games, quadrinhos, família, TV, futebol e mais um monte de coisa prontas para sair.
Um dos pontos que mais me incomodava nos últimos meses foi a perda, de maneira constante e crescente, do prazer em ouvir música. Nunca quis escutar música por obrigação. E, com o crescimento do site, tive que fazer isso. Não é bom. Pelo menos pra mim não foi. Gosto de ouvir o que gosto. É simples. Mas não estava sendo.
Essa talvez seja a principal razão para a decisão de dar fim a CR e iniciar um projeto novo. Não tenho interesse em receber uma pilha de discos via correio, de empilhar CDs e DVDs para audições futuras. Só tenho interesse em manter a música na minha vida, em seguir aprendendo com ela. E, para isso continuar acontecendo, tenho que respeitar o meu próprio tempo. Ouvir o que o corpo e a alma pedem, no tempo exato.
Ando bem anos 1970. Bem afastado do metal. Ouvindo rock antigo, umas coisas soul, um pouquinho do embalo funk. Sons que sempre curti, e estou redescobrindo. Esse é o ponto: um mergulho nos clássicos, com a cabeça diferente daquela que tinha quando os escutei pela primeira vez. E, ao fazer isso, fica claro em como a mesma música pode nos mostrar resultados e efeitos diferentes com o passar dos anos.
Quero seguir nessa linha. Caminhando em frente nessa história, encontrando a trilha da vida a cada dia. E contando, me inspirando, escrevendo, e colocando aqui.
Eric Clapton sempre foi muito influenciado por J.J. Cale. Não por acaso, alguns de seus maiores hits são regravações de composições de Cale: "Cocaine", "Lay Down Sally" e "After Midnight". J.J. Cale faleceu em julho de 2013, e como tributo a uma de suas maiores inspirações Clapton reuniu um grupo de amigos e regravou várias canções de J.J.
O resultado é o belíssimo The Breeze: An Appreciation of JJ Cale. São 16 faixas com Clapton ao lado de nomes como Tom Petty, Mark Knopfler, Willie Nelson, Derek Trucks, Albert Lee e outras feras.
E em uma conversa com o Matias, meu filho de 6 anos, surgiu a expressão “latejando de dor”. Ele, é claro, perguntou o que era latejar. Procurei as palavras e tentei explicar da maneira mais clara possível.
Então, ele respondeu: “ah, é quando a dor fica piscando, né?”.
Se você gosta de southern rock, já ouviu Blackberry Smoke. Caso ainda não tenha escutado, faça isso. Grandes canções, ótimas melodias, solos inspirados e muito feeling fazem parte da identidade do grupo, que anunciou que seu novo disco já está pronto.
O sucessor do fenomenal The Whippoorwill (2012) ainda não tem data confirmada para sair. Mas tem para entrar: assim que pintar, fará parte da vida de quem gosta de rock.
Ansioso. Pra passar, o disco de 2012 será a trilha deste início de semana.
Sharon Jones and The Dap-Kings - Give the People What They Want (2014)
Sharon venceu um câncer e gravou outro grande disco. Soul recomendadíssimo! (8,5)
Elbow - The Take Off and Landing of Everything (2014)
Qualquer coisa que Elbow lança é elogiada pra caramba na Inglaterra. E eu sempre vou ouvir e me decepciono. Muito. Pretensão em fazer art rock indie que se traduz em um som chatíssimo. Passe longe! (3)
The Afghan Whigs - Do to the Beast (2014)
Rock alternativo com cérebro e acessível. Muito bom! (8)
Cloud Nothings - Here and Nowhere Else (2014)
Post-hardcore indie. Chato, chato, chato. E barulhento. (4)
Gazpacho - Demon (2014)
Prog rock bonito e contemplativo. Pra colocar a cabeça em ordem. (7,5)
Wovenhand - Refractory Obdurate (2014)
Folk psicodélico. Às vezes funciona, outras não. Mediano. (6)
The War on Drugs - Lost in the Dream (2014)
Rock com influência do The Cure. Produção anos 1980 e grandes canções. Gostei bastante! (8,5)
Triptykon - Melana Chasmata (2014)
Metal arrastado, sombrio, soturno e pesado. Tom Gabriel Fischer sendo Tom Gabriel Fischer. Não tem erro. (8)
Mas que nada. Ou tinindo trincando. Dando nome aos bois ou andando meio desligado. Identidade zero. Bebendo vinho ou debaixo do chapéu. Alívio imediato em lugar nenhum. O parágrafo acima contém possíveis nomes para esse blog. Nomes que foram, e voltaram, até ficarem lá no primeiro. Mas que nada, a música do Jorge Ben que canta aos quatro ventos: sai da minha frente que eu quero passar. O fato é que não sei ainda para onde vou. Qual será o próximo passo. O fim da Collectors Room era necessário por uma série de fatores: cansaço, falta de tempo, inspiração e motivação morrendo. E, talvez, o mais importante: voltar a ouvir música com prazer. Deixar de encarar a música como um trabalho que, no final das contas, não era um trabalho (afinal, grana que é bom, nada). Recuperar o prazer: esse é o ponto. Mas, ao mesmo tempo, preciso de um lugar para escrever. Pra colocar pra fora as alegrias, as frustrações, os sonhos e as utopias. O que ouço de bom e o que vejo de legal. O que leio, o que assisto, o que escuto. Essa é a razão de existir deste blog. Modesto, na manha e sem pressa. O local onde estarão os textos que produzo sem parar desde que nasci. E que são, ao lado da música, o ponto central da minha vida. Não sei ainda sobre o que irei escrever. Provavelmente, aqui não será um local destinado a um único assunto. Será um blog sobre tudo e, simultaneamente, sobre nada. Um blog sobre o que der na telha. Se você quiser acompanhar, venha junto. Ainda não sei para onde este próximo passo me levará, mas você está convidado a vir junto.